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Desde o fim de semana, a tag #marmitagate está entre os trending topics do Twitter. Tudo porque um grupo de usuários da plataforma teria desvendado um suposto golpe aplicado por uma jovem de Blumenau (SC), que arrecadava dinheiro via Pix para distribuir marmitas de comida a pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Em poucos dias, foram levantadas várias evidências de que o projeto, batizado como Alimentando Necessidades, não estaria cumprindo sua promessa; e de que a jovem Duda Poleza também estaria se passando por outro perfil, Taynara Motta, sua suposta parceira na iniciativa.
Não é a primeira vez que o Twitter brasileiro se uniu em peso para investigar, discutir ou apenas dar risada de golpes bizarros e mentiras cabeludas na plataforma. Relembre alguns casos marcantes:
Alimentando Necessidades
Duda Poleza e Taynara Motta viralizavam não apenas com fotos preparando ou distribuindo marmitas, mas também com várias histórias de bastidores. Entre elas, a de uma mulher que havia tentado doar carne estragada e a de um homem que havia mandado (e pedido) nudes em troca da doação.
O público começou a desconfiar há algumas semanas, quando Taynara relatou que havia sofrido um estupro. A descrição do crime foi confusa e alguns tuiteiros começaram a questionar a existência de Taynara. Ela não tem conta em nenhuma outra rede social e usa o Twitter quase exclusivamente para divulgar o Alimentando Necessidades.
Aos poucos, outras evidências foram encontradas. As fotos entregando marmitas são as mesmas desde 2021, quando o projeto começou nas redes sociais. Além disso, uma das fotos foi tirada na frente do restaurante Pomodore, do padrasto da Duda Polaza, que vende marmitas na cidade.
PRIMEIRA MÃO: Suposto projeto de doação de marmitas para moradores de rua em Blumenau gera suspeitas de golpe nas redes sociais. #MarmitaGate
Reportagem conversou com o padrasto de Duda Poleza.
Segue o fio! pic.twitter.com/psL1gUFIO2
— O Município Blumenau ?? (@omunicipioblu) September 26, 2022
Descobriu-se que a nude enviada pelo assediador, na verdade, havia sido publicada no próprio Twitter, no evento #PintoAwards. A imagem de perfil de Taynara também havia sido “roubada”, do Pinterest. Não havia registro desse nome nos arquivos públicos de Santa Catarina – ou mesmo imagens de Duda e Taynara juntas. Jamais houve vídeos mostrando o dia-a-dia do projeto social.
Menino do Acre
Em julho, um evento que pretendia se tornar “o maior festival de cultura pop da América Latina” virou um fracasso gigantesco, com pavilhões vazios, convidados que não apareceram e clientes frustrados. Mas os bastidores escondiam uma longa história de má gestão e assédio aos funcionários envolvidos – que, claro, a twittosfera tratou de expor.
O festival anunciava que Millie Bobby Brown, de Stranger Things, e George Takei, de Star Trek, entre outros, compareceriam no Anhembi, em São Paulo. Quando ninguém veio, a organização alegou que os artistas haviam cancelados porque haviam pegado covid.
Nas redes sociais, houve diversas revelações de ex-funcionários sobre os empresários por trás do projeto. Hugo Melo, um dos ex-colaboradores entrou na Justiça para cobrar R$ 129,7 mil, considerando multa contratual, juros, auxílio moradia e indenização por danos morais.
Marta Golpista de Uberlândia
O caso da mulher acusada de estelionato e furtos pelos moradores de Uberlândia (MG) repercutiu em 2019. Marta Maria Mendes de Paula passava de estabelecimento em estabelecimento, criando vínculos com os comerciantes e sempre pedindo para pagar fiado.
Em certos casos, para criar confiança, ela até comprava alguns produtos e, só depois, pegava mercadorias prometendo voltar para pagar. Mas, claro, nunca retornava.
Aos poucos, credores começaram a contar a história nas redes sociais e reconhecer que a mesma mulher havia enganado todos eles. Um grupo no Facebook chamado “Marta Golpista de Uberlândia” foi criado por vítimas da estelionatária, afim de monitorá-la. As postagens viralizaram, tornando Marta um meme.
Uma investigação da Polícia Civil descobriu registros de casos de até 10 anos antes.
Ratanabá, a cidade perdida na Amazônia
A descoberta de uma suposta cidade soterrada sob a Amazônia viralizou nas redes sociais em junho deste ano.
Chamada de Ratanabá, a “capital do mundo há 450 milhões de anos”, seria maior que a Grande São Paulo e esconderia muita riqueza, como esculturas de ouro e tecnologias avançadas. Ela teria sido fundada pelos “muril“, a “primeira civilização da Terra”.
Algumas teorias da conspiração acreditavam que o desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira estaria ligado à cidade perdida.
Claro que era tudo balela. A história havia sido divulgada pela Dakila Pesquisas, cujo fundador, Urandir Fernandes de Oliveira, havia criado outra famosa fake news dos anos 2010, o “ET Bilu“.
O problema é que o mito de Ratanabá, amplamente discutido no Twitter, também serviu para disseminar desinformação, como a terra plana e o uso da cloroquina contra covid-19.
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