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Imagine criar um vídeo a partir de apenas uma fotografia estática e um texto. Essa é a premissa básica da plataforma Creative Reality Studio, criada pela empresa israelense D-ID.
Basicamente, o software usa inteligência artificial para “encaixar” o som de alguém falando na boca da pessoa registrada na foto.
A ideia, segundo a empresa, é que a tecnologia atenda demandas de áreas como treinamentos corporativos, educação a distância, comunicação empresarial interna e externa, além de marketing e vendas, segundo informações do site TechCrunch.
Isso porque, em vez de preparar um cenário e equipá-lo com material de captação de vídeo e de áudio, basta selecionar uma imagem e a inteligência artificial faz todo o resto.
Como o sistema funciona
Os usuários devem fazer o upload de uma foto com o rosto da pessoa quem desejam ter como apresentador(a) do vídeo. Há também opções pré-selecionadas de apresentadores pelo próprio Creative Reality Studio.
Assinantes do plano mais caro da plataforma ganham a possibilidade de selecionar apresentadores “mais expressivos”, com mais opções de expressões faciais e gestos com as mãos.
O som que a inteligência usa para simular a pessoa da foto falando é gerado a partir de um texto digitado pelo usuário ou de um áudio gravado e subido na plataforma. A empresa diz que suporta 119 idiomas (como inglês, mandarim, espanhol, árabe e afrikaans — um dos idiomas da África do Sul. Não tem em português).
Observe abaixo um exemplo da tecnologia funcionando:
Os interessados podem escolher também o clima do vídeo, entre opções como “feliz”, “triste”, “empolgado” e “amigável”.
“Ler documentos e passar por apresentações pode ser seco e chato. Além disso, é preciso gastar milhares de dólares para contratar atores e criar vídeos educativos. Então, usamos nossa IA para criar apresentadores e tutores e tornar o conteúdo mais engajante e efetivo”, explicou Gil Perry, chefe-executivo da D-ID, ao TechCrunch.
Tem potencial de fake news?
Uma preocupação óbvia ao modelo de negócios do Creative Reality Studio está na geração de notícias falsas. A técnica do site é similar aos vídeos deepfake, uma técnica digital em que se usa inteligência artificial para gerar conteúdo com a imagem e até com a voz de uma pessoa que nunca gravou o que está sendo dito.
A disputa eleitoral deste ano no Brasil, inclusive, já está sendo alvo de várias deepfakes.
Para diminuir os riscos, a D-ID diz que tomou algumas medidas. Primeiro, foi colocado um filtro que impede a reprodução de palavrões e xingamentos racistas. Além disso, a IA possui capacidade de reconhecimento de imagem, para impedir que os rostos escolhidos para as gravações sejam de pessoas famosas.
A empresa ainda proíbe a criação de conteúdo político. Caso detecte uma quebra de suas regras, ela alerta que pode suspender a conta responsável por isso e remover o vídeo gerado de sua biblioteca.
São medidas necessárias, mas a criatividade humana ainda será um desafio. Não parece nada difícil que vídeos com rostos de pessoas desconhecidas repassando informações falsas como se fossem verdade continuem circulando. E isso pode piorar se elas estiverem associadas a cargos e especialidades que deem a impressão relevância em suas falas — a psicologia explica porque tantas pessoas acreditam em fake news.
Treinando a IA
Segundo o TechCrunch, para os interessados na plataforma, há um período grátis para testes de 14 dias, nos quais se pode gerar até 5 minutos de vídeo. Já a assinatura custa US$ 49 dólares (R$ 258,60 na conversão direta) por mês, e dá direito a gerar 15 minutos de vídeo, na melhor qualidade que o site oferece.
A ideia é atrair assinantes, em especial aqueles que estejam dispostos a colaborar para aprimorar ainda mais a IA da plataforma. Os interessados podem fazer o upload da própria voz, para que a clonagem de áudio fique mais inteligente e precisa.
Em breve, a plataforma, de acordo com a empresa, terá a possibilidade de upload de vídeo, para que a IA aprenda a imitar melhor o gestual e a entonação de cada apresentador.
Essas características, porém, estão limitadas aos contratos corporativos, para evitar a geração de fake news.
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