Hoje eu Lucas Borges juntamente com vocês vamos relembrar “Cortina de Vidro”, do escritor Walcyr Carrasco, uma novela polêmica do SBT.
Cortina de Vidro é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT em co-produção da produtora Miksom entre 23 de outubro de 1989 e 5 de maio de 1990, em 178 capítulos, substituindo Uma Esperança no Ar e sendo substituída por Brasileiras e Brasileiros, às 19h45.
Escrita por Walcyr Carrasco, com colaboração de Miguel Fillage, e contou com o argumento de Bráulio Pedroso, e contou com direção de John Herbert, Álvaro Fugulin, e contou com a direção geral e núcleo de Guga de Oliveira.
Contou com Sandra Annenberg, Herson Capri, Betty Gofman, Sérgio Mamberti, Esther Góes, Débora Duarte, Antônio Abujamra e Sabrina Sato nos papéis principais.
Sinopse:
Frederico Stuart (Herson Capri), é um homem milionário que se faz de pobretão para se aproximar de Branca (Betty Gofman), uma jovem bailarina. No entanto, esse disfarce acaba por aproximá-lo da operária Ângela (Sandra Annenberg), que passa a cuidar dele quando este perde a memória após o incêndio de seu edifício.
Curiosidades:
Primeira novela de Walcyr Carrasco, escrita com a colaboração de Miguel Fillage, e inspirada no argumento do autor Bráulio Pedroso, e também contou com a direção do diretor Guga de Oliveira.
Tratava-se de uma estratégia ousada do SBT, que tinha como objetivo fazer com que o telespectador sintonizasse o canal. Vale lembrar que o SBT ainda não tinha um núcleo forte de dramaturgia, capaz de concorrer com a Globo e com a extinta Manchete.
A novela contou com a presença da então atriz Sandra Annenberg, que pouco tempo depois viraria uma bem-sucedida apresentadora de telejornais, sendo a última novela da jornalista.
Outros futuros jornalistas presentes na novela foram Vanessa Balbi e Jorge Kajuru.
Sabrina Sato, que ficou conhecida no programa Pânico na TV e atualmente é apresentadora na TV Record, interpretou a personagem Meg.
Cortina de Vidro foi uma produção independente, produzida por Guga de Oliveira.
Nívea Maria chegou a gravar algumas cenas da novela, mas desistiu e foi substituída por Ester Góes.A “cortina de vidro” do título da novela se referia ao edifício Dacon, localizado nas esquinas das avenidas Faria Lima e Cidade Jardim, em São Paulo onde a história estava centralizada, bem como sua produção, no 22º andar do prédio, até que esse andar é vendido para um banco e o autor Walcyr Carrasco muda tudo e realiza uma catástrofe idêntica à criada por Janete Clair em Anastácia, a Mulher Sem Destino (Rede Globo, 1967) e à explosão do shopping que aconteceria em Torre de Babel (Rede Globo, 1998/1999). O prédio é incendiado, muitos personagens morrem e a trama começa uma nova fase com outro polo.
Alguns atores já estavam gravando Cortina de Vidro quando foram ao ar os últimos capítulos de O Salvador da Pátria, em 11 de agosto de 1989, e de Que Rei Sou Eu?, em 15 de setembro do mesmo ano: Antônio Abujamra, John Herbert, Cláudio Curi, Aldine Müller e George Otto. A minissérie República já estava gravada, e Odilon Wagner interpretava o Conde D’Eu.
O ator estava no ar na Globo e no SBT ao mesmo tempo entre 14 de novembro e 17 de novembro de 1989.
Cortina de Vidro e República eram duas produções inéditas na época.
Ousadia:
Faltando alguns capítulos para o final da trama, aconteceu, talvez, a maior ousadia na história da telenovela brasileira: é a cena em que Arnon Balakian estupra a própria filha, Michele. A intérprete da personagem, Carola Oliveira, seria anos mais tarde Carola Scarpa, ex-mulher do playboy Chiquinho Scarpa.
Polêmicas:
Walcyr Carrasco escreveu uma cena de beijo homossexual entre os personagens Romeu (José Américo Magno) e Nicolau (George Otto), mas o ator José Américo Magno recusou-se a gravar a cena alegando compromissos publicitários – ele era conhecido por atuar em vários comerciais de TV – e a cena não foi realizada.
A abertura de “Cortina de Vidro” gera muita polêmica, imaginem, então, a reação dos telespectadores do SBT em 1989? Há uma conotação sexual na abertura, embalada pela música “Prazer sem Fim”, da cantora Jane Duboc, com o destaque para o forte refrão “corpos suados de tanto amar; se dar, sentir; prazer sem fim; você em mim”. Também durante a música de abertura, é exibida uma rápida passagem de uma masturbação feminina, possivelmente representando a independência da mulher, temática que foi abordada na novela com a luta de uma operária por melhores condições de vida.
O que acharam da primeira trama do Walcyr Carrasco?
Gostariam de ver uma reprise de “Cortina de Vidro” no SBT? Conta pro Estreia na TV.
Eu Lucas Borges, encontro vocês no próximo “Você Se Lembra? Até lá!