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Por Sheila Dang
(Reuters) – Divulgações de um ex-executivo do Twitter que virou denunciante mostram que a plataforma foi informada de pelo menos um agente chinês trabalhando na empresa de mídia social, disse o senador americano Chuck Grassley durante audiência no Senado nesta terça-feira.
Peiter “Mudge” Zatko, um famoso hacker que atuou como chefe de segurança do Twitter até sua demissão no ano passado, disse durante a audiência que alguns funcionários estavam preocupados que o governo chinês pudesse coletar dados de usuários.
O depoimento de Zatko ao Comitê Judiciário do Senado revelou que os problemas de segurança do Twitter podem ser muito maiores, alegando pela primeira vez que a empresa foi informada sobre agentes do governo chinês na empresa de mídia social.
No depoimento, Zatko citou uma matéria da Reuters que detalha confrontos internos entre equipes que queriam maximizar a oportunidade de receita de publicidade de anunciantes chineses e outras que estavam preocupadas em fazer negócios dentro da China em meio a crescentes tensões geopolíticas.
“Este foi um grande enigma interno”, disse Zatko, acrescentando que a empresa estava relutante em se afastar da China diante dos efeitos sobre as receitas publicitárias.
Zatko disse que uma semana antes de sua demissão do Twitter soube que o FBI disse à empresa que um agente do Ministério de Segurança do Estado da China, ou MSS, principal agência de espionagem do país, estava na folha de pagamento do Twitter.
Não ficou imediatamente claro se o suposto agente chinês ainda estava trabalhando na empresa.
O Twitter não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a denúncia de Zatko.
Ele também disse que se lembrou de uma conversa com outro executivo do Twitter sobre preocupações de que um agente estrangeiro estivesse dentro da empresa. O executivo respondeu: “Bem, já que já temos um, o que importa se tivermos mais?”
Quando perguntado se ele acreditava que algo de bom viria da audiência, Zatko disse: “Espero que sim”. “Estou basicamente arriscando minha carreira e reputação. E se algo de bom vier daqui a cinco ou 10 anos, terá valido a pena.”
O senador observou que o presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, se recusou a comparecer à audiência por temer que isso pudesse comprometer o litígio da empresa contra Elon Musk. Twitter e Musk vão a julgamento no próximo mês sobre se o acordo de aquisição de 44 bilhões de dólares deve ser concluído.
(Reportagem adicional de Richard Cowan e David Shepardson)
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