O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a Varíola dos Macacos é endêmica. Desde então, países da Europa, assim como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos.
Transmissão
Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.
O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.
Sintomas de varíola dos macacos
Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias. Muitos casos não têm apresentações clínicas (assintomático).
Prevenção
De acordo com o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem.
Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas.
O que fazer se eu estiver sentindo os sintomas?
O Ministério da Saúde recomenda que o aparecimento de febre alta e súbita, dor de cabeça e aparecimento de gânglios é o suficiente para um paciente procurar um médico em alguma unidade básica de saúde. “Procure seu médico, porque ele terá a capacidade de te examinar, fazer o diagnóstico e a condução clínica necessária”, informa a pasta. Na atenção primária da rede pública de saúde dos municípios, os profissionais vão analisar os pacientes e encaminhá-los para a coleta do exame.
Quais são os critérios para ser considerado um caso suspeito?
A orientação da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo é que quaisquer indivíduos, de qualquer idade, que apresentem início repentino de erupção cutânea (única ou múltipla), em qualquer parte do corpo e que tenha, nos últimos 21 dias antes do aparecimento dos sintomas, se relacionado de forma íntima com alguém; ou tido vínculo epidemiológico com casos suspeitos, prováveis ou confirmados de monkeypox; ou viajado para países onde há casos da doença confirmados; ou tido contato com quem viajou para locais onde a doença é endêmica, pode ser considerado um caso suspeito.
Se for considerado um caso suspeito, o paciente já deve praticar o isolamento.
Como é feita a testagem para a varíola dos macacos?
O diagnóstico da doença é feito por meio do teste molecular ou sequenciamento genético. Um dos métodos consiste na utilização do swab (um bastão utilizado para a coleta de amostras), que é passado sobre as feridas.
Quanto mais rápida é feita a testagem mais eficaz serão as medidas de contenção dos vírus. Por isso, o infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), cobra das autoridades agilidade para a aquisição de mais testes.
“A gente precisa ser rápido, tanto na aquisição dos testes prontos que existem em outros países, como no desenvolvimento da produção nacional do material para que a gente consiga dar maior velocidade ao diagnóstico, porque o crescimento dos casos são exponenciais”, afirma Kfouri.
Já existe vacina contra a varíola dos macacos?
Sim e não. “Não” porque, atualmente, não há vacina disponível que atue diretamente contra a varíola dos macacos. Mas “sim”, uma vez que os imunizantes contra a varíola humana têm autorização de órgãos reguladores, como a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), para serem aplicadas contra a monkeypox. As liberações foram concedidas pela semelhança entre os dois vírus, que pertencem à mesma família, a poxvirus. Países como os Estados Unidos já tem usado o fármaco em sua população.
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